Em grande fase no Santa Cruz, atacante diz que decisão de deixar o clube carioca foi apenas dele, e que na Gávea acabou realizando um sonho
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O ano de 2009 parecia o fim do atacante Dênis Marques para o futebol. Foram apenas seis gols pelo Flamengo e uma saída bastante conturbada da Gávea. Depois disso, um ano e meio no ostracismo, longe dos gramados. Hoje, ele é nome incontestável no Arruda. Artilheiro do Campeonato Pernambucano, ao lado de Marcelinho Paraíba, com 14 gols, é o principal jogador do Santa Cruz para a decisão do título contra o Sport.
Mas apesar de todos os problemas que viveu no Rio de Janeiro, Dênis Marques, de 31 anos, garante que não guarda mágoa do Rubro-Negro. Mas, sim, um carinho especial. Alagoano de nascimento, o atleta revelou ser torcedor do Flamengo, e por isso mesmo acabou realizando um sonho.
- Se eu falar que não queria jogar no Flamengo, estou mentindo. Eu sou Flamengo. Saí do clube e continuo sendo flamenguista, entendeu? Qualquer flamenguista quer jogar um dia no Flamengo. Comigo não era diferente. Consegui realizar meu sonho, fui campeão brasileiro. Hoje, como costumo dizer, tem no meu DVD gol pelo meu time do coração. Sou realizado profissionalmente.
Em março, o jogador chegou a culpar Andrade, então técnico do Flamengo, pela sua saída. Hoje, em grande fase pelo Santa Cruz, e mais tranquilo, o jogador assumiu que foi uma decisão pessoal que o tirou da Gávea.
Eu sou Flamengo. Saí do Flamengo e continuo sendo flamenguista, entendeu?"
Dênis Marques
- Não tenho mágoa, até porque o Flamengo não tem culpa de eu ter saído. Foi opção minha, decidi parar de jogar futebol. Não tenho nada do que reclamar do Flamengo.
O momento atual no Santa Cruz é tão bom, que o atacante tem média de quase um gol por jogo. Das 26 partidas do Tricolor, ele esteve presente em 16 e balançou a rede 14 vezes (0,87 gol por jogo).
- Estou bem demais aqui, me sentindo em casa. O Santa me abriu as portas de uma maneira... Eu esperava que algum time me desse essa oportunidade, e o Santa deu. O clube teve interesse em me trazer ano passado, mas eu estava naquela fase, sem interesse nenhum de voltar a jogar futebol. Fiquei um ano e meio parado por opção própria mesmo, não por falta de clubes.
Mas nem tudo é motivo de felicidade para a torcida do Santa Cruz. Isto porque o bom momento do atacante começou a chamar atenção de outros clubes, e a equipe coral se vê ameaçada de ficar sem o artilheiro para a disputa da Série C do Brasileiro. O atleta até tenta tranquilizar a torcida, mas deixa as portas abertas.
- Proposta sempre tem. Já surgiram algumas, mas estou feliz no Santa Cruz, tenho contrato para cumprir. O futuro a Deus pertence, mas pretendo cumprir meu contrato.
No Arruda, Dênis Marques é ídolo até dos companheiros de equipe. O atacante brinca com o assédio dos mais jovens.
- Essa meninada é complicada. Até hoje brincam comigo. Natan chega e me pergunta: ‘Dênis, é gostoso ser diferenciado? Dênis, é gostoso ser completo?’ O Renatinho é a mesma coisa: ‘Dênis, fala para os caras não darem treino hoje.’ Eles me enxergam como uma coisa diferente. Sinal que meu trabalho está valendo a pena - brinca o atacante.
Lado família pesou no afastamento e na volta aos gramados
O período em que ficou afastado do futebol é sempre um assunto recorrente em toda conversa com o atacante. Ele explica que a saudade da família foi decisiva para sua decisão.
- O futebol deixa a gente afastado da família. Concentração, jogos, viagens... Achei melhor ter um tempo para mim, porque eu saí de casa aos 16 anos. Decidi ter um tempo para a minha família.
Mas se por um lado a família pesou no momento de parar, ela foi o mesmo motivo que o levou a retornar aos gramados.
- A família foi um dos motivos de eu voltar também. Minha esposa conversava comigo. Lembrava que minha filha mais velha sempre entrava comigo no estádio, sempre me acompanhava jogando futebol, e a minha filha mais nova não estava acompanhando o pai dentro do gramado. Minha mulher dizia: “Amanhã ou depois ela pode sentir falta, pode cobrar.” Hoje, ela já entrou comigo, tirou foto no Santa. Agora, para ela o futebol é “painho gol, painho gol".
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